Na Bíblia Sagrada há muitas passagens relacionadas à maneira do ser humano se relacionar com os bens materiais, desde promessas de fartura até advertências quanto ao mal uso. Talvez o leitor se espante ao saber que esse é um tema recorrente nos 613 mandamentos – que são as ordens positivas (faça) e negativas (não faça) extraídas dos cinco primeiros livros da bíblia, que também é a Torá, ou seja, o livro sagrado que o povo judeu precisa observar. Toda essa atenção ao assunto evidencia que para Deus o tema dinheiro é de grande relevância, pois Ele sabe que a maneira como o homem trata os recursos diz muito sobre seu caráter, suas prioridades e sua fé. Jesus Cristo alertou para a realidade de que onde está o tesouro, está o coração.
Na cultura judaica se diz que a primeira pergunta feita quando se chega no Mundo Vindouro é “como você se comportou nos negócios?”. Isso porque é nessa área que muitos se deixam levar por sentimentos como o egoísmo e a ganância. O que dá uma pista de como é equivocada a ideia de que a vida “secular” está separada da vida “espiritual” ou que aquilo que o homem faz para ganhar a vida não tem importância.
Entretanto, o fato de Jesus ter alertado acerca do perigo dos bens materiais, tal como quando disse que é mais fácil um camelo passar pelo fio de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus, não significa que não se deve buscar uma vida materialmente confortável e abundante, pois o problema não está no dinheiro em si, mas onde se coloca a fé, a segurança, a expectativa.
Aliás, se diante de um alerta dEle tivéssemos que simplesmente nos afastar ao invés de compreender para sermos cautelosos, então também deveríamos evitar conhecer as Escrituras Sagradas, porque já foi dito que a quem muito é dado o conhecimento, muito será cobrado. Nessa linha, então, por que conhecer muito da palavra de Deus, se isso atrairá proporcional nível de cobrança? Apesar disso, sabemos que o Senhor quer que nos aproximemos dEle, inclusive por meio do estudo de sua Palavra. Assim, na mesma medida que a certeza de que seremos cobrados proporcionalmente ao conhecimento adquirido, não é motivo para não querer aprender cada vez mais, semelhantemente, o fato de as riquezas atraírem imensas responsabilidades, não deve ser razão para rejeitá-las.
Inclusive é por esse motivo que em outro capítulo, explicarei como Deus estabeleceu uma maneira formidável de usar o dinheiro e que ajudará poderosamente na neutralização de seus eventuais efeitos perniciosos, estou falando da prática da tsedacá, que será abordada mais para frente.
Portanto, não tenha dúvidas de que você está lendo e se instruindo sobre algo que é de grande relevância para Deus, que precisa que você conheça o assunto, pois é projeto dEle a sua prosperidade, conforme veremos ainda neste capítulo.
– A prosperidade é promessa de Deus
Agora vou te contar uma breve história, para que entenda que Deus deseja tanto sua prosperidade que ela é a promessa que Ele te faz caso você seja “uma boa pessoa”. Isso mesmo, está expresso na bíblia que se você fizer aquilo que é certo, sua vida será abençoada em vários aspectos, inclusive com riquezas materiais. Mas, Ele sempre te dá o livre-arbítrio de escolher ser obediente ou não, porém, Ele chega a torcer e dar uma pista “escolhe vida…”.
Enfim, vou contextualizar para que você entenda melhor.
Quando falamos em “lei de Deus”, cuja transgressão significa pecado, estamos nos referindo às instruções que Moisés recebeu no Monte Sinai, cerca de 3.500 anos atrás. Cristãos e judeus creem que Moisés recebeu diretamente de Deus os Dez Mandamentos. Mas os judeus, creem ainda mais, isto é, que não foram entregues apenas os famosos Dez Mandamento, mas também diversas ordenanças e leis que constituem a Torá – que, aliás, significa “instrução” – e é de onde se extrai o conjunto de 613 regras positivas e negativas que procuram observar no dia a dia. Para os cristãos, a Torá é equivalente aos cinco primeiros livros da bíblia, também conhecidos como Pentateuco.
Então, uma atitude apenas pode ser considerada “pecado”, se contraria algum desses mandamentos. Por isso é que o apóstolo Paulo diz que “eu não teria conhecido o pecado, a não ser por meio da lei” (Romanos 7:7). Isso porque, se não tem uma regra falando que é proibido, então não há pecado. É igual ao que acontece no mundo jurídico. Uma atitude apenas é considerada ilícita, ilegal, se for contra uma norma jurídica.
Deus entregou sua lei pronta. Ninguém que viveu depois do fabuloso evento no Monte Sinai acrescentou ou excluiu algo da Torá, nem mesmo Jesus Cristo, considerado a própria manifestação de Deus, pois o que Ele trouxe foi o correto entendimento que devemos ter acerca da vontade do Pai. Todos os profetas que vieram após Moisés apenas transmitiam as mensagens de Deus, geralmente alertando para o fato de o povo estar se afastando de sua Lei, mas nunca acrescentaram ou anularam algo.
Estou fazendo esse breve relato para que o leitor entenda que para determinar se algo é pecado ou não, ou, em outras palavras, se uma atitude é errada ou não aos olhos do Criador, precisamos analisar o que está em sua Lei.
Então, já vou te adiantar que não existe qualquer mandamento de Deus contra a riqueza, a prosperidade ou a abundância. Confie no que estou dizendo, mas faça sua parte, abra a bíblia que você deve ter em casa e procure nos cinco primeiros livros, especialmente em Deuteronômio e Levítico. Eu sei que há advertências, porém nunca contra o dinheiro em si mesmo, mas em face de posturas erradas frente às riquezas, conforme veremos mais a frente neste livro.
O que existe, é exatamente o contrário, pois está explicitamente decretado o que Deus fará com aqueles que cumprirem seus mandamentos: boas colheitas de trigo, de cevada e muita comida; muitas crias de gado e de ovelhas; benção em tudo que fizer; destruição dos inimigos; tanto trigo que os depósitos ficarão cheios; muitos filhos, animais e boas colheitas; chuvas no tempo certo; terão recursos para emprestar para muitas nações; não precisarão tomar emprestado de outros; estarão em primeiro lugar entre as nações; serão amplamente conhecidos por todos. Não parece que isso tem a ver com pobreza ou com apertos financeiros.
CONTINUA…
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Ele é trecho de um dos capítulos do livro que eu publiquei “Deus deseja sua prosperidade”.
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