Espero que tenha fica cristalino que a abundância financeira é a vontade de Deus para seus filhos, que não há qualquer problema em ser próspero e que essa condição é prometida como prêmio para aqueles que fazem a vontade do Pai.
Diante dessa revelação, podem surgir algumas posturas. Os que já creem e obedecem a Jesus e, por isso, sabem que herdarão a eternidade, mas que também desejam desfrutar de uma vida terrena confortável, esses, então, buscarão se empenhar e usar todo o potencial e talentos que receberam, e não rejeitarão o fruto material de sua obediência e dedicação. Outros, contudo, até admitirão que Deus quer a prosperidade de seus filhos, porém internamente ainda guardarão ressalvas. Apesar de trabalharem bastante e serem obedientes, não se desapegarão de alguns pensamentos contrários à riqueza, talvez por medo de não passarem pelo fio da agulha, e, por permanecerem com essas crenças, por mais que tentem, não atingirão grandes resultados porque seus interiores trabalharão contra seus atos exteriores. Haverá uma autossabotagem, uma vez que naturalmente seus instintos de sobrevivência não permitirão que atinjam uma situação em que intimamente acreditam que é prejudicial e perigoso.
É preciso compreender que a mente humana é extremamente fascinante e que seu funcionamento ainda está longe de ser completamente compreendido pela ciência. Porém, uma coisa é fato, sua capacidade já demonstrou ser enorme. O lado ruim disso é que, como tudo que é muito poderoso, suas potencialidades atraem interesse não apenas de pessoas bem-intencionadas, mas também de quem apenas quer se beneficiar indevidamente ou manter algum controle sobre pessoas, grupos ou circunstâncias.
É antigo o reconhecimento do poder que há em nossas mentes. Lá no Egito Antigo, uma enigmática pessoa chamada Hermes Trismegisto, que teria vivido entre 2.700 e 1.500 anos antes de Cristo, já exaltava esse poder, expondo o princípio do mentalismo, no sentido de que o Todo é mental e tudo é mental, que aquilo que acreditamos ser real, não passa de algo criado pela mente do Todo – que seria algo semelhante a concepção que hoje temos de Deus. Tão importante foi esse sábio, seus pensamentos e as sete leis universais que apregoava, que há quem diga que até os filósofos da Grécia clássica foram receber instruções dele e de seus discípulos.
Já mais recentemente houve estudiosos como Napoleon Hill e Joseph Murphy ensinando sobre esse mesmo mentalismo, porém com enfoque mais voltado para o poder da mente, em seus aspectos consciente e subconsciente, e alertando sobre a importância de ter cuidado com os pensamentos que nutrimos e com as crenças que podem se formar a partir deles, pois tanto poderão ajudar como atrapalhar nosso desenvolvimento pessoal. A partir de então, surgiram movimentos e se estabeleceram várias correntes filosóficas e até religiosas que enfatizam os poderes que sustentam haver em nossa mente.
Não é minha intenção adentrar nesse ambiente, muito menos em suas minúcias como a lei da atração, da cura, do potencial criativo e outros que essas vertentes professam, mas preciso chamar atenção para a importância de cuidar os pensamentos que permitimos desenvolver em nossa mente, especialmente por conta das crenças que podem ser formadas a partir deles. Da mesma maneira que o Talmude diz que a tradição é a cerca da Torá, que os dízimos são a cerca da fortuna e que o silêncio é a cerca da sabedoria, podemos acrescentar que os pensamentos são as cercas das crenças.
Fato é que temos condições de aceitar ou rejeitar os pensamentos que se formam em nosso consciente e que entendemos não serem pertinentes aos nossos valores e anseios, contudo, não temos o mesmo nível de controle das crenças que existem em nosso subconsciente, pois esse não faz filtro acerca do que é bom ou ruim, do que está alinhado ou não aos projetos e sonhos que temos. Apenas reverbera em bons ou maus comportantos as crenças estabelecidas. Por isso, fundamental cuidar dos pensamentos, pois dependendo da receptividade que tivermos, uma crença pode deles se formar e isso influenciará nosso modo de ser.
Então, longe de mim defender que os pensamentos possuem em si mesmos poderes, muito menos de querer incentivar a usá-los, para atrair, formar ou repelir realidades. Contudo, não tenho dúvidas de que os pensamentos que alimentamos são importantes e podem ajudar ou atrapalhar na conquista daquilo que buscamos.
– Não pense pouco, nem muito sobre o que pode fazer
A bíblia cristã é repleta de situações em que Deus, por meio de seus anjos e profetas, direcionava o povo e indivíduos a uma correta percepção de si mesmos, da condição em que estavam e das ideias que deveriam ter sempre claras em suas mentes. Isso faz perceber que se para o Criador, que nos formou e nos conhece melhor do que nós mesmos, são importantes os nossos pensamentos, é porque há relevância nisso.
Deus havia prometido para Abraão que sua descendência seria numerosíssima e que receberia como herança uma terra muito boa para se viver, tão excelente que dela emanaria leite e mel. Contudo, antes de chegar a esse lugar, o povo passaria uma temporada no Egito, que não seria um tempo bom e agradável, mas um período de muito sofrimento, em que seriam feitos escravos por cerca de quatro séculos. Dito e feito.
Na época de Jacó, bisneto de Abraão, a terra passou por um período de grande seca e a fome se espalhou por todos os lugares. Então, um dia os filhos de Jacó foram até o Egito buscar mantimento para seu povo e foram surpreendidos com o fato de que um de seus irmãos, José – que havia sido vendido como escravo por inveja dos outros irmãos – lá estava vivendo, aliás, estava numa posição muito surpreendente e boa: era o governador do Egito, abaixo apenas do próprio faraó. Enfim, essa história é um milagre a parte de como Deus cumpre suas promessas e da importância de se manter temente a Ele, evitando o mal.
Encontrando José em tão boa condição, os irmãos acabaram levando também Jacó, o pai, junto com toda sua família e agregados. No início, tudo era flores, porém morreu José, mudou o faraó, o povo hebreu (assim eram chamados os judeus) multiplicou bastante e a inveja e o medo levaram outro faraó a escravizá-los, impondo-lhes trabalhados forçados e uma difícil condição de vida.
Passaram-se mais de quatro séculos e então Deus cumpriu o que havia prometido a seu amigo Abraão. Preparou um líder e após humilhar o faraó e seus deuses com grandes demonstrações de poder – pois cada uma das pragas que enviou foi uma forma de subjugar especificamente um deus que era adorado na região – libertou o povo e o levou numa longa jornada até a terra prometida.
No meio do caminho, contudo, Deus precisava dar aquele povo leis, mandamentos e ordenanças a seguir, e o fez entregando a Moisés as tábuas contendo os Dez Mandamentos, mas, segundo ensinam os rabinos, foi muito mais do que isso, pois foi entregue toda a Torá, tanto a escrita como a oral, que foi transmitida ao longo dos séculos.
Dentre as advertências que haviam recebido, estava a de não serem um povo temeroso nem com baixa estima e confiança acerca do que poderão alcançar. Isso foi necessário porque na terra que deveriam adentrar, vivia um povo muito mais numeroso do que eles e havia literalmente gigantes (um povo misterioso da época), ou seja, dois grandes obstáculos. Contudo, apesar de o povo hebreu não ser essencialmente guerreiro, eles tinham uma vantagem que, por si só, faria toda a diferença: Deus estava com eles.
Porém, mesmo eles tendo recentemente presenciado vários e grandiosos milagres, ainda assim poderiam ser tomados pelo medo e contaminados por pensamentos de impotência e incapacidades.
Por isso, Deus expressamente diz: “Não fiquem pensando: ‘Estas nações são mais numerosas do que nós; como poderemos expulsá-las de lá?’. Não tenham medo delas; lembrem-se do que o Senhor, seu Deus fez a Faraó e a todo o Egito. Lembrem-se das grandes provas que vocês viram com seus próprios olhos, dos sinais, das maravilhas, da mão poderosa e do braço estendido com que o Senhor, seu Deus, os tirou do Egito;” (Deuteronômio 7:17-19).
Deus além de falar para não terem pensamentos medíocres, ainda os orienta a trazerem à memória as conquistas que já tiveram, tudo isso para que? Para que estivessem com um estado de espírito favorável, com pensamentos positivos, com otimismo. Ora, sem dúvidas que Deus poderia facilmente fazer tudo sozinho e independente de como estavam se sentindo e dos pensamentos que tinham acerca de si mesmos e das circunstâncias, porém, Ele faz questão de ter seus filhos a seu lado, participando e desfrutando de suas vitórias. Por que Ele prefere esse caminho mais difícil? Não sei. Talvez para nos fazer crescer, para sermos maduros mental e espiritualmente. Pode ser isso. Um dia saberemos.
CONTINUA…
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