A bíblia ensina que Jesus Cristo sofreu, morreu e ressuscitou para que nossos pecados fossem cancelados e então pudéssemos desfrutar da eternidade ao lado de Deus. Porém, tudo isso ocorrerá num momento futuro, quando deixarmos esta vida terrena. Mas, e até isso acontecer, como deve ser a vida do crente em Jesus? Simplesmente, como diz um filósofo, ir vivendo e esperando a morte chegar? Não! Há muito o que fazer e não podemos ficar inertes. A mesma bíblia também revela que fomos salvos “para as boas obras”, isto é, para fazermos o bem, para nos envolvermos com aquilo que agrada a Deus.
Como já vimos em capítulo anterior, Deus entregou a Moisés sua lei, para que ela sirva de guia para nossas vidas e nela está expresso o mandamento de estarmos sempre prontos para estender as mãos e ajudar as pessoas que passam por necessidades. E Ele é tão bondoso conosco que ainda promete prosperar ricamente se obedecermos essa ordem. Ora, na condição de Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra, Ele simplesmente poderia mandar e nós deveríamos apenas obedecer, mas o amor por nós é tão grande, que ainda promete retribuir generosamente se ajudarmos nossos irmãos que padecem.
Vejamos o que diz a bíblia, no livro de Deuteronômio, que também integra o livro sagrado dos judeus, a Torá:
Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas cidades, na tua terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás as mãos a teu irmão pobre; antes, lhe abrirás de todo a mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te que não haja pensamento vil no seu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado. Livremente, lhe darás, e não seja maligno o teu coração, quando lhe deres; por isso, te abençoará o Senhor teu Deus, em toda a tua obra e em tudo o que empreenderes. (Deuteronômio 15:7-10)
Note bem as ordens: não endurecer o coração nem fechar as mãos para ajudar quem precisa, pelo contrário, abrir a mão e emprestar o quanto for a necessidade. Para quem agir dessa maneira, a promessa é clara: “por isso, te abençoará o Senhor teu Deus, em toda a tua obra e em tudo o que empreenderes”. Assim, quer ser um empreendedor próspero e abençoado? A fórmula simples e miraculosa é: seja generoso em ajudar quem precisa, invista em trabalhos sociais. Faça um compromisso e o cumpra no sentido de destinar parte de seus lucros para contribuir com pessoas e associações, entidades etc., que façam o bem.
O princípio celestial por trás dessa promessa de bênçãos para quem ajuda os pobres se chama “medida por medida” (em hebraico transliterado “midá kenéged midá”), segundo o qual os céus agem conosco na mesma forma e medida que agimos com nossos semelhantes.
Ainda devemos ter em mente que toda riqueza pertence a um só Dono, enquanto nós somos apenas seus administradores e, por isso, Ele pode nos substituir quando bem entender. É por isso que se diz que “o dinheiro é redondo”, no sentido de que pode mudar facilmente de mãos.
O mesmo Deus que fez você, também fez o morador de rua pelo qual você passa quando vai ao seu trabalho ou ao supermercado comprar comida sua família. Ele ama ambos e quer que todos estejam bem. Por isso é que ordena: não endureça o coração, seja generoso e ajude na medida da necessidade.
Então, é por isso que Ele fica feliz em te prosperar ainda mais intensamente quando percebe que você é um bom administrador, que não consome tudo que recebe, mas que dedica parte para ajudar um ser humano que está sofrendo, porque com essa atitude você está, entre outras coisas, demonstrando que ama aquilo que Ele criou.
Na cultura judaica, essa ajuda financeira aos necessitados tem nome: Tsedacá. Implica em destinar parte considerável dos rendimentos para auxílio aos pobres, normalmente entre 10 e 20%. Perceba que não se trata de dar moedas ou migalhas, pois deve ser proporcionar às bênçãos recebidas. Se você tem renda de dez mil dólares por mês, não faz sentido dedicar cem dólares por mês para caridade, isso seria migalha. Tem que ser algo que tenha peso em seu orçamento.
Aliás, a melhor maneira de declarar e demonstrar que não se é dominado pelo espírito maligno que age nas riquezas, isto é, Mamon, é usando os recursos para fazer aquilo que agrada a Deus e que ele pediu: ajude os pobres.
CONTINUA…
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