Ontem estive em reunião com um colega advogado, Dr. Augusto, que atua em estruturação jurídica de investimentos no exterior. Foi a segunda vez que o encontrei, dessa vez no escritório dele e tomei a liberdade de perguntar como foi sua jornada até aquele ponto, pois era evidente que possui grande sucesso profissional e financeiro. Aliás, na primeira vez que o encontrei, isso já ficou nítido, porque foi numa reunião que ele organizou num restaurante de alto padrão em São Paulo, com cerca de doze pessoas, entre elas vice-presidente de banco e outras figuras famosas do meio empresarial. Então, pelo networking dele, já percebi que se tratava de alguém diferenciado.
Certa vez li que geralmente as pessoas gostam quando perguntamos sobre sua história e com o Dr. Augusto não foi diferente. Prontamente e com muito entusiasmo contou sobre sua trajetória até ali.
Era piloto da Força Aérea brasileira, porém estava insatisfeito com o rumo de sua vida financeira. Então, resolveu voar em outros ares. Decidiu fazer outra faculdade e por exclusão optou por direito. Fez concurso para um Tribunal de Justiça e permaneceu alguns anos como assessor de um magistrado. Esse, por gostar de seu trabalho e notar sua dedicação e capricho, incentivava o Dr. Augusto a realizar concurso para magistratura. Ele até considerou esse caminho, mas por verificar o resultado financeiro que alguns advogados conseguiam e por acreditar no próprio potencial, resolveu empreender na advocacia. Pediu exoneração e começou a advogar inicialmente para os próprios colegas do serviço público, contudo, não parou de estudar, buscar novos caminhos, se relacionar e a história foi acontecendo.
Certa vez um amigo dele perguntou se poderia ajudar com um investimento que ele queria realizar nos Estados Unidos. Ainda não tinha o conhecimento necessário. Então, esse foi um ponto crucial de sua carreira. Poderia ter desperdiçado a oportunidade, mesmo porque estava envolvido com outras atividades, mas não foi isso que fez. Como gosta de aprender coisas novas e se interessou pelo desafio, pesquisou, estudou e aprendeu o que precisava naquele momento. Após isso, outros clientes surgiram e hoje chegou aonde está.
O que quero comunicar com essa breve história?
Que não existe uma regra ou um caminho único para o sucesso. O que existem são características que você precisa ter ou desenvolver para alcançar altos resultados.
Aliás, minha história foi bem diferente dessa que contei.
Desde muito cedo quis ser advogado. Até recentemente eu não sabia por que havia escolhido essa profissão, mas outro dia acredito que descobri o motivo da escolha. Por volta dos quatorze anos de idade meu pai começou me levar para ajudar no escritório de factoring e negócios dele. Eu ficava na recepção, atendia telefone, anotava recados e preenchia fichas de clientes. Me lembro que de vez em quando ele recebia no escritório dois advogados que o atendiam e sempre havia grande reverência, elogios e amistosidade. Falava orgulhosamente que eram o Doutor Clineu e o Doutor Jaime. Acredito que esse tratamento especial ficou bem gravado em mim e como um jovem desejoso de agradar e ter a estima do pai, entendi que a advocacia era o caminho.
Definido o alvo, todas minhas escolhas foram coerentes. Não tive segunda ou terceira opção de curso para a graduação. Era direito ou direito. Desde o primeiro dia de aula estagiei em escritório de advocacia. Fiz curso de oratória, redação e tudo o mais que eu entendia ser necessário para a profissão. Nunca fiz e nem pensei em fazer concurso ou em trabalhar fora da advocacia. Formei, passei na primeira prova da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, peguei a “vermelhinha” e cerca de quatro meses depois aluguei uma sala e montei meu próprio escritório.
Contudo, durante muito tempo acreditei que havia alcançado um lugar de algum destaque por conta desse objetivo claro e definido que eu tinha, mas hoje entendo que não, pois, como relatei acima, existem pessoas em situação tão bem quanto ou ainda melhor e que trilharam trajetória bastante diferente.
Sei que advogados que hoje são muito bem-sucedidos e que já foram pipoqueiro, juíz, fotógrafo, militar, empresário, bancário, médico.
Eu não sei a situação em que sua vida profissional se encontra hoje, mas tenho certeza de que isso é irrelevante, porque se está vivo e lendo este texto é porque tem vontade de melhorar sua situação, então, com a mentalidade e atitudes corretas, é possível.